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O que vai acontecer se meus pais souberem?

Jéssica Horácio de Souza

Psicóloga Jéssica Horácio – CRP 12/14394 – Psicoterapeuta Corporal

Esta pergunta provavelmente já rondou a sua mente em algum momento da infância e principalmente da adolescência. É na adolescência que a personalidade se estrutura e para isso alguns testes são feitos para saber o que se gosta e o que não combina consigo. É também nesta fase do desenvolvimento que alguns limites são transgredidos em virtude da experimentação, da crença de que nada negativo acontecerá à si, de que se tem que ter prazer a todo custo.

As regras eram bem definidas: não podia fazer nada que desagradasse os pais. O esforço para não ultrapassar os limites era levado a sério, era quase um exercício diário refletir sobre como os pais reagiriam caso você ultrapasse alguma das regras direta ou indiretamente impostas.

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Os pais brigariam, ficariam decepcionados, tristes, puniriam tirando algo que você gostasse muito… Várias eram as ameaças e até mesmo as atitudes deles para demonstrar desagrado e desaprovação por aquilo que fora feito sem o consentimento deles. Ás vezes rejeitavam a ação, outras o próprio filho que praticou a ação.

O fato é que estas situações cabem no contexto de precisar da aprovação dos pais: é muito importante para a criança que ainda não estruturou a sua personalidade saber os conceitos de certo e errado para uma boa convivência em sociedade, quais as consequências de seus atos e se eles contribuem ou não para a aprovação dos pais que servem de métrica social.

Porém, algumas pessoas mesmo adultas continuam mantendo este vínculo de dependência da aprovação paterna e materna. Estas pessoas sentem dificuldade de defender aquilo que pensam, sentem ou acreditam por medo dos pais a rejeitarem, a negarem, a desaprovarem. Deste modo acabam negando aquilo que as faz únicas no mundo numa tentativa de não expor um lado seu que pode não estar de acordo com as crenças, sentimentos ou pensamentos dos seus genitores. A tentativa é a de se encaixar cada vez mais naquilo que eles valorizam e consideram “adequado”, “bom”, “melhor” para si e consequentemente, para os outros.

Algumas pessoas sentem medo de terem um conflito com os pais no caso de se apresentarem por inteira para eles, outras tem medo de serem abandonadas e ficarem sozinhas, de serem renegadas por toda a família, de serem julgadas erroneamente. Então agem escondendo deles o que fazem, ou evitando fazer o que querem. Neste contexto optam por decepcionar a si pois se colocam em último lugar, é como se devessem constantemente satisfazer as vontades dos pais. Exigem de si uma perfeição que não é espontânea porque não é o seu jeito de ser perfeita mas sim o jeito perfeito do pai e da mãe. Há quem tente fazer com que os pais concordem com as escolhas que elas fazem, e ficam extremamente frustradas quando percebem que eles não estão abertos à isto.

Então, sendo assim, como agir diante deste impasse? É necessário identificar se nós concordamos com tudo aquilo que nossos pais escolhem para eles, sejam as atitudes, pensamentos, julgamentos… A resposta certamente será “não”. Então é onde se encaixa a segunda pergunta: Por que eles precisam então concordar com tudo aquilo que escolhemos para nós?

Com isso é possível perceber que o tipo de amor que estes indivíduos dependentes da aprovação dos genitores buscam é aquele que se expressa somente quando alguém concorda com elas, quando são aprovadas, aceitas. Com isso acabam não sabendo lidar com frustrações e com a manifestação do amor alheio mesmo quando o outro não tem o mesmo ponto de vista que elas. Um indivíduo poderá discordar de seus pais com relação a política, por exemplo, contudo isto não é um indicativo de desamor, é somente um ponto de vista diferente.

A tendência em se enxergar como criança ainda na relação familiar faz com que as pessoas tenham medo de perder os ganhos que tinham quando concordavam com tudo aquilo que os pais queriam para elas. Para que ocorra a independência com relação a aprovação dos pais é necessário que abdiquem do papel de crianças ainda na relação e dos ganhos que tem por agirem como tal.


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