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Balanço de fim de ano

Jéssica Horácio de Souza

Jéssica Horácio de Souza – Psicóloga CRP 12/14394 – Psicoterapeuta Corporal

É de praxe: à meia noite do último dia do ano aparece na tv a retrospectiva dos momentos mais marcantes – dentro de uma perspectiva mundial – que ocorreu durante os passados 365 dias. Conquistas, perdas, surpresas, frustrações, alegrias, tristezas, tudo isto dentro de um ano, influenciando direta ou indiretamente na nossa vida.

Esta programação mostra apenas os fragmentos sociais que irromperam durante o ano, situações que afetaram a todos de alguma forma, mas que não se tornaram a totalidade subjetiva de um indivíduo, mas que foram somente a representação de acontecimentos com seu grau de importância num panorama global.

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Mas, e com a nossa vida, é válido fazer uma retrospectiva também?

Sabe-se que visitar o passado pode despertar uma determinada nostalgia ou saudosismo, além de alguns outros sentimentos dolorosos de serem vividos. Contudo, é válido salientar que é a partir do passado que é possível identificar as dores e elaborá-las dando para elas significados saudáveis para que ocorra o seu fechamento ou o seu enfrentamento no momento presente. É desta forma que o presente se torna menos neurótico ou mais realista e o futuro ganha uma conotação positiva. Independente dos rituais culturais que envolvam o primeiro dia do ano, sabe-se que este às vezes funciona para algumas pessoas como o único momento do ano em que elas param para reavaliar a própria vida: suas escolhas, os caminhos que se apresentaram, as companhias que aceitaram ao seu lado, as que se distanciaram, as alegria, tristezas, realizações, perdas…

Este período do ano é permeado de idealizações de perfeição, existe uma cobrança frenética de que todos em maior ou menor grau tenham obtido sucesso durante o ano que passou. A realidade no entanto se mostra diferente desta contribuindo para sentimentos de frustração, e até mesmo para o fortalecimento de crenças que giram em torno da própria incapacidade, fracasso, arrependimento e desvalorização do próprio “eu”.

Definir objetivamente como foi o ano é uma tarefa impossível uma vez que houve uma diversidade de situações que se apresentou em contextos distintos, ora sendo vivenciadas com tranqüilidade, ora com agitação, ora despertando empatia, ora raiva. É por cada indivíduo ser mutável em suas reações comportamentais e emocionais que cada experiência é vivida com total singularidade.

Mas então, qual o objetivo de reavaliar o ano que passou?

O autoconhecimento não é um processo que se constrói vivendo no modo “automático”, ele se constitui de avaliações positivas e negativas a respeito da forma como vivenciamos determinadas situações. Ou seja, só é possível se conhecer a partir do momento que uma análise do próprio “eu” é feita buscando sempre um melhoramento deste “eu”, visando obviamente se obter mais satisfação e menos desprazer nas futuras ações que envolvem os mesmos contextos daquelas que foram vividas e analisadas.

Então, refletir sobre como uma dor foi enfrentada, como foi sentida uma perda, se houve espaço para o sofrimento, como determinada conquista foi vivenciada, quais expectativas foram frustradas e como se lidou com elas, quais as companhias foram importantes para o próprio crescimento, quais receberam o melhor que se pode dar, quais não…, é uma forma de construir um mapa particular do próprio funcionamento dentro de um período de 365 dias. Além disso, contribui para que a vida seja experimentada com mais consciência e propriedade, sem aquelas armadilhas do inconsciente, por exemplo.

Aproveitou as oportunidades que surgiram? Expressou o que sentia? Foi sincero consigo e com o outro? Deu o seu melhor para aquilo que tanto queria, ou será que não queria tanto assim? Quis voltar atrás mas por orgulho optou por renunciar ao que lhe faria bem? Todas estas questões quando analisadas dão pistas sobre o nosso funcionamento, e através da qualidade delas, identificarmos se queremos permanecer com tal padrão comportamental ou se estamos dispostos a investir energia na mudança deles.

Por isso, independente de como você vivencia o primeiro dia do ano, busque diariamente, constantemente, incessantemente se conhecer, investir na própria qualidade psíquica para viver dias com mais consciência e maturidade emocional. A retrospectiva ou o balanço de final de ano podem fornecer inúmeras descobertas sobre como somos e portanto, como conseguimos lidar com o nosso “eu”.


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