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Posso contar um segredo sobre o Criciúma?

eduardo madeira

Quero confidenciar algo com vocês sobre o Criciúma, meus caros leitores. É um segredo bem importante e que pretende ajuda-los a ver os mistérios que circundam o estádio Heriberto Hülse. Sabem o toque de bola do time treinado pelo Deivid? Isso, aquele toque desde a defesa, envolvendo o goleiro, os zagueiros e tudo mais? Pois é, ele está longe de ser o grande problema da equipe nesta temporada, como muitos gostam de pintar.

Fala-se e escreve-se bastante coisa sobre isso nesse começo de ano. Reclamam enlouquecidamente e ninguém percebe que o Criciúma não sofreu um gol sequer através de erro na saída de bola defensiva (o primeiro do Figueirense saiu de um escorregão de Dodi, antes que argumentem). Esses gritos fazem parecer que os insistentes (e até irritantes) lançamentos longos da equipe comandada por Roberto Cavalo nos últimos anos eram mesmo muito úteis. É fato: qualquer mudança drástica causa este tipo de reação mais exagerada.

Uma coisa que poucos param para pensar é que o aprimoramento desta saída pelo chão não vem de um dia para o outro. É preciso muito treinamento, repetição e entrosamento. Não faz nem um mês que o Criciúma iniciou a temporada e já disputou oito jogos. O tempo de treinamento para Deivid foi escasso e as partidas acabam sendo os verdadeiros treinamentos.

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O que mais observo hoje não é a paciência e a racionalidade para tentar entender o que está sendo feito e qual o impacto inicial dessa mudança. O que vejo é a aversão ao novo, o temor de ver uma concepção nova de futebol quebrar um paradigma pré-estabelecido na região. Chamar de “toque-toque” já é uma forma de mostrar essa aversão, de querer desmerecer e tachar algo por não entender.

“Ah, mas falta qualidade aos atletas”. Pode até faltar, mas faço-me valer de um argumento utilizado pelo comentarista Carlos Eduardo Mansur. No último dia 10, ele trouxe um post em seu blog no site do Jornal O Globo, onde questiona o argumento de só se poder jogar bem com ótimos jogadores. Em determinado momento, ele cita: “Jogar bem requer competências que vão além de formatos mais rudimentares. Envolve riscos, também. O que exigem que o clube se comprometa com o modelo”.

Num modo geral, Mansur questiona a “verdade absoluta” de que é preciso ter os melhores jogadores para jogar bem e que, caso contrário, é preciso jogar por uma bola. Ele entende que é preciso estabelecer um modelo, atuar dentro dele e ter uma ousadia em quebrar os paradigmas existentes dentro do mundo da bola. É mais ou menos isso que Deivid está tentando fazer por aqui: criou um modelo e tenta ousar dentro dessas características.

Quantas vezes fomos ao estádio Heriberto Hülse e vimos a torcida se animando com um bicão para a frente ou com os gigantões zagueiros correndo para a área para disputar uma bola no alto? O momento agora é de valorizar a iniciativa de Deivid em querer propor ao Tigre um modo de jogo novo e mais moderno, onde todos participam das construções de jogada, e não querer o fim desse modelo por ter uma simples aversão ao diferente. Novas ideias são sempre bem-vindas e ajudam a quebrar a mesmice do time.

Hoje, dá para dizer que o maior problema do Criciúma de Deivid não é o toque de bola. Claro que precisa aprimorar e, principalmente, torna-la mais ágil na transição defesa-ataque, mas isso é algo que virá com tempo e repetição.

O principal ponto a melhorar dentro de campo é a tomada de decisão no ataque. O Tigre chega com alguma regularidade na frente, mas tão normal é ver os atacantes passar ao invés de finalizar, driblar ao invés de passar, cruzar ao invés de reter a bola e por aí vai. Os homens de frente pecam muito nesse quesito, em alguns momentos até pela deficiência técnica.

Para comparar bem isso, basta colocar na balança: o Tigre perde mais bolas no ataque ou na saída de jogo? Parece-me que a resposta é simples e mostra onde está o verdadeiro segredo do Criciúma.


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