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Limitação escancarada

eduardo madeira

Foram precisos quatro resultados negativos de forma consecutiva para que fosse escancarada a limitação e a pobreza de ideias do time do Criciúma. Esta situação venho há alguns meses ressaltando: o time tem recursos limitados e depende muito da profundidade dos seus extremos e das bolas cruzadas.

Fiz um rápido levantamento dos gols do Criciúma e dos 22 que fez na Série B até agora, 15 saíram de jogadas iniciadas em cruzamentos. Ou seja, 68,18% dos tentos do time de Roberto Cavalo começaram em bolas cruzadas na grande área. E não para por aí: conforme aponta o Foot Stats, os carvoeiros lideram o ranking em cruzamentos certos, com 113, sendo o único time que passou da marca centenária. Mas é importante citar que a equipe chegou a esse dado depois de muito tentar, já que é o terceiro que mais errou, com 297.

É um número bastante elevado e preocupante. Claro, não é errado jogar assim, mas o que quero colocar em discussão é que esse tipo de jogada é relativamente fácil de se anular. Um treinador inteligente e que saiba organizar seu time de forma simples, conseguirá marcar essa jogada com extremos obedientes e que componham bem a linha defensiva. Foi o que o Criciúma encontrou nas últimas partidas em casa, quando se deparou com times bem fechados, só conseguindo evitar as derrotas em jogadas na base do abafa, ou seja, abusando dos cruzamentos.

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Aliás, um dado interessante que o Foot Stats traz. Observe no gráfico abaixo a quantidade de vezes em que o Criciúma cruzou em todos os jogos na Série B e note como este dado cresceu especialmente nas partidas em que o Tigre não venceu:

Gráfico

Reprodução: Foot Stats.

Notem, ainda, que nas vitórias sobre Brasil de Pelotas e Vila Nova, o Criciúma pouco cruzou. Os dois jogos se caracterizaram pelos contra-ataques. Contra os gaúchos, um gol no início propiciou isso, já contra os goianos, por ser um jogo fora. Ou seja, com espaço e campo a explorar, os cruzamentos não foram necessários.

Isso retrata bem como o Criciúma é um time pragmático e que explora o erro adversário. Necessita demais de laterais e extremos que busquem constantemente a linha de fundo para acionar os atacantes. Além disso, precisa das jogadas de bola parada para aproveitar a altura de muitos de seus jogadores, como Gustavo, Raphael Silva e Nathan, principais armas nas jogadas de bola aérea.

Gustavo, aliás, que teve seu nome feito por esse sistema. Os nove gols na Série B chamaram a atenção de grandes clubes, inclusive o Corinthians, mas é preciso ressaltar que em Criciúma ele encontra um time que sabe explorar bem suas virtudes no jogo aéreo e na parte física. Gustavo certamente sofreria se estivesse em um time mais veloz e que propusesse um jogo mais vertical pelo chão.

Aparentemente inerte a esta situação, Cavalo não parece esboçar uma nova reação e demonstra contentamento com isso. Não vejo evolução em seu trabalho, já que quando precisa modificar a equipe, vai apenas adicionando atacantes, o que torna o cruzamento e a bola longa como a peça mais viável para chegar ao ataque. É inegável que faltam novas ideias ao técnico criciumense, já que a insistência nos cruzamentos não pode ser a única opção do time.

E aí chego ao ponto onde entra o papel nosso, de analistas do dia-a-dia do clube. Cabe a nós não entrar no frenesi do torcedor, que empolgado com as vitórias, pouco quer saber se o time está abusando dos cruzamentos ou não. Nós, posicionados como o olhar neutro dos acontecimentos, precisamos pontuar estas situações. Quando ganhava, isso parecia não importar. Quando perdeu, ficou escancarado. A culpa também é nossa.


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