Quem olha o placar Criciúma 5×0 Inter de Lages pensa que foi um massacre, algo anormal e impiedoso ao time serrano. Nem tanto. Apesar da consistente atuação do Tigre, o time lageano criou chances e o goleiro Luiz foi exigido em alguns momentos da partida. O xis da questão é que o tricolor construiu a goleada ao natural, sem fazer grande força.

O Inter fez algo que nenhum time do seu porte havia feito contra os carvoeiros no estádio Heriberto Hülse: partiu pro jogo. Esse fator facilitou para o Criciúma, que pode executar seu jogo de contra-ataque e transição rápida, aproveitando os espaços deixados pelo adversário – e o Leão Baio deixou vários.

Os espaços deixados, aliás, fizeram com que Elvis tivesse essa atuação tão destacada, com três gols e uma assistência. O ex-botafoguense já mostrou ter qualidade para distribuir e articular o jogo do Criciúma pela faixa central, mas normalmente quando encontra uma marcação frouxa, como teve contra o Inter. Em outros compromissos, quando encontrou marcadores mais brutos e que preenchiam mais os espaços, teve trabalho.

O ponto mais positivo dessa goleada, sem dúvidas, foi o senso coletivo da equipe. Os gols não saíram do acaso ou de individualidades. Houve criação e jogadas trabalhadas. Houve coletividade! Isso precisa ser ressaltado e valorizado. É sinal de que o entrosamento está fazendo efeito.

Outro tópico que merece ser ressaltado é a questão do brio da equipe. Os atletas estavam, nitidamente, “mordidos” com os 3×0, os intensos gritos de “olé” e os toques de efeito – especialmente de Michel Schmöller – na partida do 1º turno. O que o torcedor carvoeiro mais quer ver é um time brioso, com gana em campo e determinado a honrar o nome do Criciúma. Isso foi visto contra o Inter e os 5×0 devolveu o placar da primeira parte do estadual com juros, correção monetária e taxa Selic.