Nova abordagem permite mais autonomia, engajamento e aderência entre equipes multigeracionais.

A busca por um ambiente corporativo mais atrativo e alinhado às novas demandas do mercado tem levado empresas a repensarem seus pacotes de benefícios. Entre as tendências que mais ganham espaço está a implantação de planos de benefícios flexíveis, um modelo que permite aos colaboradores escolherem os itens que mais fazem sentido para suas necessidades e estilo de vida.

Esse tipo de estratégia tem se mostrado eficaz para atrair e reter talentos, especialmente em um momento em que diferentes gerações convivem no mesmo ambiente de trabalho, com prioridades e expectativas distintas. Enquanto alguns valorizam mais o auxílio-creche ou plano de saúde, outros podem priorizar cursos, vale-cultura ou apoio psicológico, por exemplo.

Planejamento começa com escuta ativa

O primeiro passo para criar um plano de benefício flexível é entender o perfil dos colaboradores. Isso significa realizar pesquisas internas, ouvir as equipes e mapear as demandas específicas de cada área ou grupo etário. Essa escuta ativa é essencial para garantir que o plano seja realmente funcional, evitando desperdícios com benefícios que não são utilizados ou valorizados.

Além disso, é importante levar em conta o formato de trabalho predominante na empresa, que impacta diretamente nas preferências. Um funcionário que trabalha de casa, por exemplo, pode preferir receber auxílio home office em vez de vale-transporte.

Definindo o orçamento e os parâmetros

Após mapear as necessidades, a empresa deve definir o orçamento destinado aos benefícios. Com o valor total estipulado por colaborador, cria-se uma “moeda interna” ou pontuação que poderá ser utilizada para compor o pacote de forma personalizada. Assim, cada pessoa tem autonomia para escolher entre as opções disponíveis, respeitando o limite definido.

É fundamental garantir que os benefícios oferecidos atendam às exigências legais previstas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como o vale-transporte. Os demais itens podem ser incluídos conforme as possibilidades da empresa e o interesse do público interno.

Plataforma digital facilita gestão

Para operacionalizar os benefícios flexíveis, as empresas podem adotar plataformas digitais especializadas. Esses sistemas permitem que os colaboradores acessem um painel com as opções disponíveis e escolham de forma simples e intuitiva, em geral mensalmente ou em períodos predefinidos.

Além de facilitar a gestão e a transparência, a digitalização também ajuda o RH a coletar dados em tempo real, acompanhando o que está sendo mais ou menos utilizado. Isso permite ajustes constantes, tornando o plano mais eficiente e adaptável com o passar do tempo.

Vantagens vão além da personalização

Um dos principais diferenciais do modelo flexível é o aumento do senso de pertencimento e valorização por parte dos colaboradores. Sentir que a empresa respeita e considera suas preferências pode influenciar diretamente no engajamento e na satisfação no ambiente de trabalho.

Outro benefício é a maior previsibilidade de custos para o empregador. Ao definir um valor fixo por funcionário, a empresa consegue controlar o orçamento de forma mais eficiente, mesmo oferecendo um leque maior de possibilidades. Além disso, o modelo reduz a rotatividade, o que também representa economia com processos de recrutamento e treinamento.

Cultura de flexibilidade ganha força

Oferecer benefícios sob medida deixa de ser apenas um diferencial e se torna uma resposta às transformações nas relações de trabalho. A flexibilidade, antes associada apenas ao horário ou local de trabalho, agora se estende também ao pacote de vantagens oferecidas.

Ao investir em um plano de benefícios flexíveis, a empresa demonstra preocupação em equilibrar desempenho e bem-estar, fortalecendo sua imagem como empregadora moderna e empática. Mais do que atender a múltiplos perfis, essa abordagem sinaliza um novo jeito de olhar para o capital humano, com escuta, respeito e liberdade de escolha.